Interpretação de texto – Os novos feudos e suas moedas, a ignorância e a letargia.
Posted by Solipsismo Subversivo | Posted in filosofia | Posted on segunda-feira, fevereiro 15, 2010
Incapacidade intelectual de interpretar o que está acontecendo a sua volta é a nova moeda dos novos feudos. A ignorância de assimilar, questionar, e ver novas possibilidades fora do que tem a mostra no mundo a sua volta se tornou o poder.
Existem coisas que para sabê-las não basta apenas aprender, observe: Todo mundo sabe que na política há corruptos, que é uma vergonha para nosso país, que todo mundo sabe quem está envolvido em escândalos, que todos os dias há algo sobre a politicagem nacional, mas saber disso não causa efeito algum nas pessoas, quando chegam as eleições não há mudança, eles continuam se revezando no poder e quem permite isso somos nós.
Adianta ter a informação e saber, se não há utilidade? Como chegamos a esta situação de letargia? Quem nos condicionou a ver e saber e não agir? Será que a mídia tem esse poder de manipular, criando uma sonolência artificial em nossas capacidades?
Quando postei o texto sobre os “novos feudos e a auto-afirmação das hordas pós-modernas” as pessoas só conseguiam visualizar o celular, as compras, as figuras de linguagem que compuseram o texto em sua estratégia literária. Não houve interpretação.
O texto fala de padrões pré-moldados, como se para ser bem sucedido houvesse um estilo pré-definido, como uma determinada marca de roupa ou um determinado carro, estabelecesse que para ser reconhecido você tivesse que possuir. No texto não há exortações a abnegação, mas a consciência de si mesmo com relação ao que há a sua volta. È uma questão de identidade e a auto-afirmação.
Pertencer a um grupo, ser rotulado, isso acontece e sempre aconteceu desde que o ser humano vive em sociedade. Antigamente tínhamos clãs e tribos, hoje temos os bens sucedidos, os fracassados e os estranhos, não há inclassificáveis, pois é natural denominarmos terminologias a nós mesmos.
O que proponho é a filosofia, o pensar, o questionar. Ler traz novos mundos a mostra.
Podemos comprar um carro q polua menos, podemos andar de bicicleta, podemos fazer pequenos gestos para nossa própria qualidade de vida, mas q só teremos consciência se ultrapassarmos o véu da ignorância.
O instinto de rebanho é uma citação aforismática do Nietzsche, isso pode ser relacionado com a religião ou com o consumismo, entre outras possibilidades é a questão de ser guiado, de quem segue uma fila, quem é cauda de cometa e não cabeça de nada em nada.
E por qual motivo a ignorância ainda me incomoda? -Porque não há nada mais temível do que a ignorância em atividade.
***
“Semeia um pensamento e colherás um desejo; semeia um desejo e colherás a ação; semeia a ação e colherás um hábito; semeia o hábito e colherás o caráter. (Tihamer Toth)”
“Sem um fim social o saber será a maior das futilidades.” (Gilberto Freyre)
“Brasil ficou em último lugar no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), cuja ênfase era a compreensão de textos. Para o consultor, além dos alunos, tem mais gente que não entende o que lê. Ele contesta quem tenta relativizar as notas baixas: "Os dados são irrefutáveis. A reprovação do nosso sistema educacional é merecida."
Leu e não entendeu, deu no que deu. Em dezembro de 2001, a educação nacional viu-se no centro do debate em manchetes nada lisonjeiras. Acabara de sair o resultado do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), em que o Brasil ficou na última colocação, entre 32 países avaliados. O país acabara de ganhar um tremendo certificado internacional de mau aluno. Para piorar, a tônica da avaliação era, sobretudo, a interpretação de textos.”